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Foto do escritorTatiane Macena

Akrojja: do rap ao funk

Produtora do bairro 17 de Março inspira através do talento e diversidade musical


Foto: Arquivo Akrojja


Diversidade e talento. Essas são algumas das características da banca e Akrojja, que desenvolve um trabalho significativo no território do bairro 17 de Março, ao inspirar outras gerações através da música. A Akrojja foi criada pelo artista e produtor Kowalski que tinha o sonho de ter um espaço para trabalhar no audiovisual, sua verdadeira paixão. A vontade começou a se tornar realidade por volta de dezembro de 2020, durante a pandemia da Covid-19. Kowalski aproveitou a oportunidade de adquirir o estúdio de um vendedor que estava com problemas financeiros.


Posteriormente, nomes como Skallifa e Grz abraçaram o projeto e assim passaram a ser não somente artistas da banca, mas também atuar como produtores. De início, quase que a produtora se chamou Cac (abreviação da palavra cacto em inglês), foi quando Skallifa pensou em “corja”. E após pesquisas o grupo notou uma associação com a ideia de "buracos" e a semelhança com a palavra "corja". Então, para tornar a ideia mais original, o grupo substituiu por ‘c’ por ‘k’ e adicionou dois ‘j’, tendo como resultado Krojja, que depois precisou ser dividida entre a banca Akrojja e produtora Krojja


A diversidade é um dos atributos mais fortes da Akrojja, que abrange canções melódicas, músicas que remetem a raízes culturais, rap e até brega funk. Os artistas da banca desempenham com qualidade o trabalho com diversos ritmos e fazem questão de não se limitar a gêneros específicos. Cada um com seu próprio estilo e características. Atualmente fazem parte da banca nomes como Will, Skallifa, Pablicio, Marks, Maggo da Zs , Kowalski, Lazart , Beléu, Orokana, Júlia Correria e GRZ. Além destes, agregados como o Bronx, Invasão City já passaram pela Krojja.


Para saber mais sobre a atuação da banca que surgiu da necessidade de artistas periféricos de produzirem para eles mesmos, em meio à falta de representatividade, o Periféricos conversou com Júlia, Skallifa, Kowalski, Grz e Beléu.


Periféricos: Vocês podem se apresentar e falar qual a relação de cada um com a krojja?


Kowalski: Sou Kowalski, produtor na Krojja. Meu nome é Egildo mas ganhei esse apelido do coletivo Entre Becos. Foi lá que recebi esse nome e, com o tempo, passei a usá-lo como meu nome artístico. Em 2021 trabalhei com o artista Skallifa e, posteriormente, com outros, como GRZ e Beléu. A Júlia foi uma das pessoas que começou comigo e, até hoje, continua contribuindo de várias formas dentro da Krojja, fazendo o possível dentro dos seus limites.


Júlia: Júlia, vulgo Correria, esse apelido é devido a uma historinha que gostei e achei que combinava com a ideia de eu estar sempre na correria. Dentro do coletivo, minha função não é fixa; mas atuo principalmente na produção e organização cultural. Meu papel é fazer de tudo um pouco, dentro dos limites que temos. Organizo eventos, ajudo na montagem de estruturas, marco entrevistas e coordeno com a equipe os eventos e propostas de gravação. Minha principal função é garantir que tudo esteja bem organizado e que todos estejam alinhados com as atividades.


Beléu: Sou o André, também conhecido como Beleu no meio musical, onde atuo como DJ. Estou tendo a oportunidade de fazer parte da Krojja, um grupo que tem me apoiado muito. Além de ser músico instrumentista, comecei minha jornada musical há mais de 10 anos, inicialmente no samba, tocando cavaquinho. Agora, estou focado em novas oportunidades e projetos.



Grz: Meu nome de batismo é Ricardo e meu nome artístico é GRZ. Sempre estive tive uma paixão pela música. No entanto, nunca tive a oportunidade de gravar em um estúdio ou trabalhar com uma gravadora até conhecer o Skallifa, que já estava na cena musical. Compartilhei com ele meu desejo de entrar em um estúdio e fazer minha música acontecer, ai nós começamos a trabalhar juntos; eu peguei um beat da internet, coloquei minha voz e ele adicionou a dele. Ele me apresentou Kowalski e eu fiquei acordado de mostrar as músicas para ele, e desde a minha primeira visita ao estúdio, não parei mais.


Skallifa: Meu nome é Carlos Daniel, mas sou conhecido como Skallifa. Antes de conhecer ele(kowalski), eu já tinha tido uma ideia para criar uma banca musical, mas não consegui concretizá-la. Tinha essa ideia, que não fui só eu que construí, desenvolvi com Levi do Reação, e o mano Carlinho, que cantava comigo há muito tempo. Nos reunimos para discutir essa ideia, sentamos no sofá, pensando em um nome para a banca, e de repente, o nome surgiu na minha mente. Gostamos da ideia, mas acabou ficando apenas no nome, até que conheci Kowalski.


Periféricos: Como surgiu a krojja?

Kowalski: Eu queria um espaço para trabalhar no audiovisual, pois essa era a minha verdadeira paixão. Mas precisava de equipamentos, como câmeras, para o meu projeto. Então, em torno de dezembro de 2020, durante a pandemia. Um vendedor, que estava passando por dificuldades financeiras, me ofereceu a oportunidade de comprar o estúdio, e eu comprei. Após adquirir o estúdio, conversei com Skalifa, compartilhando com ele meu plano de usar o espaço para criar e gravar músicas. Eu acreditava no talento dele e na qualidade da sua voz e ideias. Foi assim que começamos a trabalhar juntos e surgiu o projeto "Krojja". Inicialmente, o nome era diferente; eu tinha pensado em "Cac", e havia outra palavra em inglês relacionada à comunicação que não lembro exatamente agora. 


Skallifa: Quando comecei a mostrar minhas músicas para ele. Ele me incentivava a gravar, e eu sentia que ele tinha conhecimento e eu não. Continuei mostrando minhas músicas para ele, e ele me ajudou com sua experiência e conhecimento na música. E ai do nada ele chegou e disse que tinha comprado o estúdio


Periféricos: Como Krojja e Akrojja se diferenciam? Qual desses termos se referem à banca?

Kowalski: A gente precisava denominar os artistas e a produtora, então colocamos o prefixo "a" na frente do "Krojja" para ficar "Akrojja" e denominar a banca através desse nome. Isso serve para diferenciar "Krojja" como selo produtora e conseguir manter um nicho nessas questões de marketing.


Júlia: A produtora vai servir como um nicho para captar recursos. Vamos gravar qualquer artista que entrar em contato com a gente, seja para produção visual, áudio ou qualquer aspecto do audiovisual. Se alguém quiser trabalhar conosco, estaremos prontos para produzir. A banca, por outro lado, é composta por nós mesmos. Somos artistas que, além de trabalhar na produção, também gravam, produzem beats, fazem vídeos e clipes. A diferença principal é que a produtora pode trabalhar com qualquer artista, enquanto a banca é formada pelos próprios artistas que estão envolvidos na produção. A ideia é que, inicialmente, usamos a produtora para criar projetos para nós mesmos, já que não temos outro lugar para fazê-lo. No entanto, sabemos que também podemos oferecer nossos serviços para outros artistas e clientes.


Periféricos: Vocês são uma banca totalmente independente?

Kowalski: É nós por nós mesmo. Saímos para trabalhar durante o dia e voltamos para fazer música de noite.


Skalifa:  De noite de um jeito e de dia de outro jeito.


Periféricos: Qual é o propósito da Akrojja? 

Skalifa: Acho que o nosso propósito é inspirar a galera. Os moleques têm que ver que tem gente aqui fazendo o que eles querem fazer.


Grz: As pessoas muitas vezes precisam de um impulso. Acredito que o propósito é ajudar essas pessoas a alcançar seu potencial. Elas sabem que têm a capacidade de realizar certas coisas, mas muitas vezes não têm alguém para incentivá-las e ajudá-las a fazer o que realmente podem.


Beléu: Somar ideias, agregar. Por exemplo, você tem uma ideia boa aqui e outra ali, e a gente junta tudo.


Júlia: Para mim, a Akrojja significou uma oportunidade também. E a questão que os meninos falam sobre inspirar e ver a galera curtindo, é isso mesmo. Teve um menino lá que virou fã da GRZ e foi massa demais ver isso. 


“Os moleques têm que ver que tem gente aqui fazendo o que eles querem fazer”, disse Skallifa(o último da esquerda para a direita) sobre servir de inspiração para outras gerações. (Foto:arquivo Akrojja)


Periféricos: O que significa Krojja?

Kowalski: A palavra "Krojja" foi inspirada por uma antiga referência que encontrei. No passado, especialmente na década de 1920, havia um termo semelhante que se referia a algo relacionado a buracos no chão ou crateras. O nome foi escolhido para refletir uma ideia histórica e única, e para dar um diferencial ao projeto, adicionamos o "K" no início e tornar o nome ainda mais original, decidimos adicionar dois “j” ao nome, formando. Isso deu um toque pessoal e uma identidade única ao nosso projeto.


Júlia: Quando o projeto estava começando, eu já estava participando das discussões e observações. Pesquisamos bastante sobre o nome e notamos uma associação com a ideia de "buracos" e a semelhança com a palavra "corja". Nas pesquisas, percebemos que a palavra "corja" parecia ter uma conexão com conceitos de marginalização e outros aspectos semelhantes. Então, começamos a considerar termos como "buraco" e "corja". A gente achou que seria muito coerente com de onde a gente vem e o que queremos mostrar. Por exemplo, o que é a Akrojja? Meninos do bairro periférico, garotos pretos fazendo música e se destacando. Então, foi uma forma de explorar o que há nesse ‘buraco’.


Periféricos: Estava ouvindo vocês cantarem e pensei: "Isso é rap, mas também pode ser trap." Depois, no YouTube, encontrei até brega funk. Qual é o gênero de vocês?

Grz: A gente não se limita a um certo gênero. se a gente ouvir ali o instrumental e bater o sentimento, se tocar um forró ou piseiro, a gente vai cantar. 


Kowalski: No começo, eu falava para Skallifa, que queria se denominar como MC. E eu não queria denominar ele. Eu falei: mano, não vamos denominar você como MC agora. Vamos deixar só Skallifa, Skallifa já demonstra que você é artista, e faz de tudo. Por isso que lá tem brega, funk, e muito mais.


Periféricos: Mas qual estilo tem o coração de vocês?

Skallifa: Mano, eu gosto de funk. É um gênero que eu sinto que eu me vejo ali. Eu acho que eu me sobressaio nele. Eu sou bom em várias coisas, mas o funk é algo que eu realmente vejo no meu futuro, assim, quem sabe famoso, se Deus quiser. Eu queria ser conhecido como MC. Mas, como ele disse, é bom não se apegar a isso agora. Talvez no futuro nem precise disso, então vamos meter marcha.


GRZ: Eu canto e faço de tudo também, como funk, trap, o que tiver. Mas eu me apego mesmo no acústico, no R&B, com uma pegada mais love, mais melosa. Mas canto de tudo também, mano.


Beléu: Eu acho que o samba funk tem chamado muita atenção.  Eu viajo nessa onda do samba funk, curtindo o lance do groove e o hip hop, especialmente o old school. Isso pode chamar bastante atenção, já que eu tava bem ausente por um tempo


Kowalski: Eu gosto de músicas no estilo drill porque tem uma pegada mais dark. Eu curto trazer palavras de ataque, tipo contra o governo e coisas assim. Também gosto de incluir muitas referências culturais nas minhas músicas, principalmente sergipanas, como Beatriz Nascimento e Arthur Bispo do Rosário. Essas referências se conectam muito com o que eu vivo diariamente, então gosto de trazer isso e inspirar as pessoas através da minha música.


Amante do funk, Skallifa queria ser conhecido como MC, mas inicialmente não se denominou (vídeo reprodução/Krojja)


Periféricos: Vocês têm apoio da família e dos amigos? Como é essa relação?

Skallifa: Minha família me apoia, sim, né? Eles acreditam em mim, mas não é sempre. Meu pai aparece de vez em quando, pois mora perto. Ontem ele veio, mas cantei tarde e ele teve que ir embora porque tinha bebido. Eu fico suave com isso, o importante é que eu não desisti e continuo correndo atrás do meu sonho. Quem realmente me apoia é o cara que montou tudo, sem ele eu não estaria aqui. Ele foi o primeiro a acreditar e investir em mim. E também gosto de mencionar o Mago, porque ele sempre acreditou.


GRZ: No começo, minha mãe não entendia muito bem as gravações e tudo mais, pois era tudo muito novo para ela e para mim. Eu não julgo ela por não entender essa parte. Mas eu sabia que tinha que fazer acontecer para que, no futuro, ela entendesse tudo o que estava rolando e estivesse aqui hoje. No começo, ela não me apoiava totalmente, porque não entendia bem o mundo da música e achava que era só uma fase. Mas agora, ela me apoia dez vezes mais, porque viu as coisas acontecendo, ouve minhas músicas e entende que não é só uma brincadeira.


Beléu: Desde pequeno, eu tive o apoio dos meus pais. Eles sempre estiveram juntos e em questão de instrumentos me ajudaram. Eles sempre incentivaram e disseram: 'Se você quiser, pode tentar se sustentar com isso.' A gente sabe como é uma correria manter o rolê da música, principalmente quando é independente. Eles sempre deram boas indicações e conselhos.


Júlia: Meus pais apoiam bastante. Eles curtem, comentam e seguem no Instagram tudo que os meninos fazem. Eles participam das lives, vão no Instagram curtir música, e sempre estão lá apoiando. Eles me perguntam como estão as coisas e sempre estão por dentro do que estou fazendo. Esse incentivo de curtir, compartilhar e assistir é muito importante para mim. Quando peço para eles se inscreverem no canal, eles fazem, e isso é o que importa pra gente. A gente sabe que a maioria aqui não tem estrutura financeira, os pais também não têm esse apoio. Por isso, todo mundo trabalha duro por fora. O apoio que recebemos vem de curtir, assistir, compartilhar e perguntar como estão as coisas. Eu, por exemplo, não sou artista no meio, mas ajudo a galera, e eles sabem disso. Estou nesse processo de apoiar, levar as coisas adiante e pedir apoio. 


Kowalski: Meus pais sempre me apoiaram, mesmo sem entender muito bem o que eu faço. Recentemente, minha mãe perguntou e eu expliquei: 'Mãe, eu produzo música, sou rapper e também produtor fonográfico. Tudo que passa pelo meu estúdio tem meu nome.' Mesmo sem saber exatamente o que estão apoiando, eles sempre estiveram lá para mim. Eu entendo que muitos pais têm medo, como a mãe de GRZ teve, de ver o filho envolvido em algo que eles não conhecem bem, especialmente quando o Hip Hop é muitas vezes mal interpretado. No início, minha mãe e meu pai estavam preocupados com o que eu estava fazendo, mas nunca deixaram de me apoiar. Eu devo muito a eles, e acredito que o estúdio também tem a mão deles nisso. Graças a Deus, eu tenho esse suporte.


Com a Akrojja, GRZ teve a oportunidade de ter a sua imagem e voz gravadas.(vídeo/reprodução Krojja)


Periféricos: O público de vocês é periférico? Vocês cobram um valor acessível?

Na maioria das vezes, nosso público é periférico. A gente cobra o valor justo pela produção porque precisamos pagar uns aos outros. Se eu recebo R$ 300, divido uma parte para quem trabalhou na produção, outra parte para quem participou, e o restante é para manter as coisas funcionando.


Júlia: A gente já é acessível só por estar aqui, então cobramos um valor que reflete o que temos. Não tem como ser mais acessível do que já é. Comparado a uma gravadora com mais público e melhores equipamentos audiovisuais, nossos preços são mais baixos porque usamos o que temos. Não vamos cobrar mais por equipamentos que não temos. Quando falam sobre acessibilidade, é porque já somos acessíveis por estarmos na periferia e oferecendo o que podemos


Kowalski: Quando alguém chega na gente, que provavelmente é do nosso público ou nossos seguidores, a gente tenta facilitar. Se a pessoa é periférica e mora no mesmo bairro, por exemplo, a gente pode dividir o pagamento para não pesar tanto no bolso dela. Isso já ajuda bastante e torna o serviço mais acessível. O que a gente faz é conversar com a galera que chega e ajustar conforme necessário.


Periféricos: Já pensaram em desistir? 

Beléu: Questão da valorização do trabalho. Às vezes, a realidade parece absurda. Precisamos encontrar um consenso para definir cachês acessíveis e justos, sem estabelecer um valor fixo. Além disso, há questões pessoais, mentais e sociais a considerar, mas é importante continuar firme. Algumas pessoas desistem, mas é bom quando as pessoas certas aparecem na hora certa para ajudar.


Grz: Várias vezes pensei em parar e seguir apenas com CLT. No começo, quando minha mãe não acreditava tanto e reclamava quando chegava em casa tardão. Ela não via resultados e isso me desanimava. Eu ia para o quarto, me sentia mal e desanimado. Mas, em vez de desistir, aprendi a transformar todo aquele sentimento em letras. Isso fez com que a vontade de continuar ressurgisse. Uma pessoa independente enfrenta dificuldades em focar apenas em uma coisa, pois precisa se preocupar com o trabalho, com a casa e com seus compromissos. Com tanta coisa para gerenciar, fica difícil dar conta de tudo. Aí surge a dúvida: se eu deixar o CLT e me dedicar só a isso, como vou me manter? Por outro lado, se eu ficar apenas no CLT, como vou realizar meus próprios sonhos? É um dilema constante entre trabalho, família e sonhos, e isso pode acabar deixando a pessoa frustrada.


Skallifa: Graças a Deus, nunca pensei em desistir, principalmente porque sempre aparecem pessoas que me incentivaram. Muitas vezes ouvi que eu cantava bem e até este ano, três pessoas me disseram que sonharam comigo fazendo música. Pastores também disseram isso. Nunca pensei em desistir, não. Uma vez, acordei e encontrei um anjo na porta da minha casa. Ele estava lá esperando para falar comigo. Quando abri a porta, ele disse que estava ansioso para conversar. Ele contou que teve um sonho comigo, onde eu estava cantando no meio de uma multidão. Ele viu isso como uma grande revelação e me disse para nunca desistir, independentemente do que acontecesse. Essas palavras ficaram gravadas em mim, e é por isso que nunca pensei em desistir. É claro que houve momentos frustrantes e pessoas que não acreditaram, mas se eu deixasse isso me abalar, estaria desistindo de tudo o que quero para minha vida. Nada é fácil, e se eu me deixasse desmotivar, desistiria de tudo.


Kowalski: Meus pais, um é pedreiro aposentado e o outro trabalha em casa, sempre fizeram de tudo por mim. Por isso, não tenho espaço para desânimo com o que está acontecendo. Eu continuo porque, se parar, vou parar por completo. Sou um homem que sempre se envolveu em desafios e nunca desistiu, mesmo quando as coisas estavam difíceis. Nunca pensei em desistir; o projeto que criei na minha mente só cresceu. Agora, não me vejo fazendo outra coisa a não ser continuar na produção e ganhar dinheiro com isso.


Júlia: O que me balança é ver os meninos desanimados. Quando eu vejo que eles param de vir para o estúdio ou estão tristes, isso me afeta. Eles são fundamentais, e se não estão acreditando ou produzindo, fica difícil para mim seguir em frente. Eu tento puxar o máximo possível e manter o ânimo, porque o estado deles influencia muito o meu. Se eles não estão bem, eu também sinto isso e fico preocupado com o que fazer.


Veja um trecho de uma apresentação do grupo no Slam do Mangue. (registro: Tatiane Macena)


Por Tatiane Macena


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