Visão de Cria
- Lente Periférica
- 23 de jul.
- 2 min de leitura

Sobre a obra
A mostra “Visão de Cria”, foi criada para integrar a primeira edição do Rolê Dy Negrão no ano de 2024, e reúne fotografias feitas ao longo da trajetória de Gasú como artista visual. Entre becos, pipas, olhares e encontros, suas imagens capturam cenas que muitas vezes passam despercebidas, mas que carregam histórias profundas para quem conhece a quebrada por dentro. “Tudo ao nosso redor tem uma linguagem própria. E a fotografia é a forma que encontrei de dar voz a essa poesia que vive na quebrada”, diz.
A exposição é um mergulho no universo sensível da artista, que retrata pessoas, territórios e símbolos da periferia com escuta, presença e cuidado. Mais do que mostrar, “Visão de Cria” quer fazer sentir. Embora composta por séries distintas, Visão de Cria se costura pelo afeto e pelo território. A obra traduz a quebrada como ela é: múltipla, viva e cheia de contradições, beleza e resistência.
“Eu fotografo com o que leio, com o que penso, com o que sinto. E essas imagens são meu jeito de dizer o que não cabe em palavras”, afirma a artista. “Visão de Cria” é uma travessia visual que convida a ver, mas também a ouvir e sentir as camadas que formam a vida periférica, preta e ancestral.

Sobre a autora
Com um celular nas mãos e o coração atento aos detalhes do território onde vive, Gasú, começou sua na fotografia em 2020, capturando com o celular o cotidiano de sua quebrada: os becos, as crianças, as pipas no céu e as transformações do território.
Gasú é uma multiartista indígena e periférica, moradora do Conjunto Eduardo Gomes, periferia de São Cristóvão, Sergipe. Com 24 anos, estuda Jornalismo na Universidade Federal de Sergipe. Para ela fotografar é mais do que apenas clicar, é um jeito de costurar memória, ancestralidade e presença.
Gasú já participou de exposições, projetos culturais e ações coletivas, sempre utilizando a fotografia como meio de registrar, reexistir e poetizar o mundo ao seu redor. Sua primeira exposição foi em novembro de 2021, chamada “Tijuquinha Lifestyle”, que retrata a relação das crianças da comunidade com o território, vivendo em contexto pandêmico, diante das transformações geográficas que estavam em curso no local onde costumavam soltar pipa (Morro do Eduardo Gomes, atual Loteamento Porto Poxim).
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