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Terminal de Integração - Travessa do Bom Fim

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Sobre a obra

Com obras que giram em torno do cotidiano de pessoas negras periféricas, o artista visual Calunga usa a sua história e vivência para retratar sentimentos a partir da arte. Ele afirma se inspirar em todas as suas questões sensíveis e difíceis enquanto cria. Relações interpessoais, afetos familiares, principalmente entre pai e filho, vivências periféricas, saúde mental e trabalho são temas que tem pintado com frequência.


Por quê? 

Devido às suas origens. Nascido em área periférica do interior, após sua mudança dessa periferia para outra, na capital sergipana, Aracaju, começou a observar mais as pessoas daquele lugar e buscou incorporar isso em suas obras. “Uma questão de assumir o lugar do qual faço parte e o lugar do qual eu vim. Onde estão as relações da maior parte do nosso povo (o povo negro)”, comenta.


Quando questionado sobre sua maior referência no mundo da arte, a resposta foi: Elias Santos, artista negro sergipano, com o qual Calunga fez aulas de pintura. Ele recorda também que esse artista o ajudou a amadurecer na sensibilidade e na representação.


Ao refletir sobre o que é considerado belo e não belo no mundo artístico, ele conclui: “Acho que, quando a gente faz uma arte, quando a gente busca produzir algo realmente autêntico (ou que fuja do lugar comum), não importa se essa coisa venha de questões difíceis. A depender da forma como a gente expressa, pode se tornar belo de alguma forma”.



Sobre o autor


Foto: Luiza Bomfim
Foto: Luiza Bomfim

Mar, passagem, vazio, imensidão, morte e força. Segundo o povo Yorubá, essas são algumas palavras ligadas a “Calunga”, nome artístico que resolveu adotar por fazer sentido para quem ele é e o que deseja representar.


Com orgulho, se apresenta como homem negro periférico, que utiliza sua arte para retratar sua vivência e dar voz às causas que defende. Desde pequeno já sentia que desenhar era sua paixão, sua forma de se expressar. Com o passar dos anos, se aprofundou no assunto, tornando esse seu trabalho há 7 anos. Formado em Design Gráfico pela Universidade Federal de Sergipe, diz estar sempre em processo de aprendizado.


Já expôs em diversas mostras coletivas, como no Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) em 2024, no 28º Salão dos Novos, na Galeria de Arte Álvaro Santos, em que ficou em primeiro lugar na seleção e conquistou o prêmio de melhor obra na exposição coletiva com júri. Além disso, participou de outras mostras no festival, como a exposição no II Salão Serigy, na edição do FASC 2023.


“Tudo tá conspirando contra a gente, não tem esse papo de ‘é só querer que chega lá’. Mas estar com nosso povo, poder se expressar, falar e lutar, isso me motiva. É sangue nos olhos e fé em quem está do nosso lado", finaliza Calunga.


Texto de Franciele Oliveira


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