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Ocupar e expressar

Através do grafite, coletivo Artexpressão leva arte aos muros das periferias

(foto:Janisse Bispo)
(foto:Janisse Bispo)

O grafite teve seu “boom” no Brasil nos meados dos anos 70, inicialmente nos estados do Rio de janeiro e São Paulo, com influências sobre contextos sociais, culturais afro-americanos e latinos da cidade de Nova York. Mas foi nos anos 90, em que o grafite se caracterizou como arte urbana chegando a diversas regiões do Brasil.


A Lei 14.996/2024 reconhece o grafite como uma manifestação da cultura brasileira. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei foi publicada no Diário Oficial da União em 16 de outubro de 2024. Essa legislação é fruto do Projeto de Lei Nº 24/2020, que foi aprovado pelo Senado Federal em setembro.


É através do grafite que os espaços antes sem cores ganham vida . (Foto: Janisse Bispo)
É através do grafite que os espaços antes sem cores ganham vida . (Foto: Janisse Bispo)

No bairro Jardim Centenário, periferia de Aracaju, atua o Artexpressão, um coletivo idealizado por Yslan Bezerra, mais conhecido como, Zoa, com o apoio e a participação de sua companheira, Luana Santos, a Lua. A visão do coletivo é usar a arte para dar visibilidade e aproximar as diferentes culturas das periferias, colorindo as comunidades. O projeto vai além da pintura de muros, e é um símbolo de resistência, identidade e transformação social.


Diante dos conflitos entre torcidas organizadas, o grafiteiro e também DJ Nagô fez esse painel pedindo paz. (Foto: Janisse Bispo)
Diante dos conflitos entre torcidas organizadas, o grafiteiro e também DJ Nagô fez esse painel pedindo paz. (Foto: Janisse Bispo)

Ocupar o urbano

Integrantes do coletivo Artexpressão em um dos diversos eventos realizados pelo grupo. (Foto: arquivo pessoal)
Integrantes do coletivo Artexpressão em um dos diversos eventos realizados pelo grupo. (Foto: arquivo pessoal)

O Artexpressão nasceu da necessidade de EXPRESSAR e de ocupar os espaços urbanos que, muitas vezes, são esquecidos pelo poder público e pela sociedade. O projeto leva a arte do grafite para as ruas, becos e vielas das comunidades, inserindo muitos jovens antes afastados das grandes narrativas culturais da cidade a se sentir  representados nas paredes de sua própria comunidade. 


Ao ocupar os muros do bairro, e com a divulgação do movimento com grafites, Lua reafirma que ‘a arte não tem limites geográficos ou sociais. Ela é uma forma legítima de expressão, que pode ocupar espaços de poder e dar voz a quem normalmente é silenciado”, ressalta.


2ª edição do Colorindo as Comunidades, realizada no Jardim Centenário. (foto:Janisse Bispo)
2ª edição do Colorindo as Comunidades, realizada no Jardim Centenário. (foto:Janisse Bispo)

O coletivo Artexpressão promove ainda atividades educativas e culturais para jovens da comunidade, incentivando-os a enxergar o grafite como uma ferramenta de empoderamento. Oficinas de grafite e workshops são realizados com o objetivo de capacitar os participantes, permitindo que eles se tornem também produtores dessa arte.


Ao grafitar, os artistas se afirmam como protagonistas da sua própria história e como agentes de mudança.  (Foto:Janisse Bispo)
Ao grafitar, os artistas se afirmam como protagonistas da sua própria história e como agentes de mudança.  (Foto:Janisse Bispo)

DL, grafiteiro da barra dos coqueiros, vê esses encontros como “um movimento social que transforma a percepção da periferia", onde cada mural é um passo para desembaçar os preconceitos que cercam essas comunidades e para mostrar ao resto da cidade, que existe uma arte vibrante, cheia de vida e de significado por aqui” explica.


Nos paineis, grafiteiros e grafiteiras abordam temas como amizade, empoderamento feminino, monumentos históricos da cidade e flores, simbolizando a ideia de que "coisas lindas também nascem aqui". (fotos: Janisse Bispo)


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Por Janisse Bispo

Supervisão: Tatiane Macena


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