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Efêmero e eterno. As pixações são vítimas do tempo e da censura, mas a luta é eterna



A arte do pixo surgiu no Brasil na década de 1960 em resposta à opressão imposta pela ditadura militar. Ainda hoje, a rua funciona como laboratório e os muros como cadernos de caligrafia para os pixadores, que diariamente dão nome às suas dores mais profundas. O “Brabo”, tem estética própria e cumpre com maestria as regras de um pixador.


Ele se faz presente, através de seus recados profundos e políticos, espalhados pelos  muros dos municípios de Sergipe. O artista começou a pixar por volta de 2019 de forma intuitiva, inspirado por integrantes do hip hop sergipano, que são suas referências. Com o tempo, deu nome e forma ao seu personagem e se tornou protagonista dos seus sentimentos e revoltas.


Pixar sobre a raiva e a fome, sensações que infelizmente sempre estiveram ao seu redor, é a sua marca registrada. Foi na arte que o Brabo encontrou refúgio e se aprofundou semanticamente na criação do seu personagem. A raiva vem de uma série de imposições da sociedade e pela falta de escolha em relação à vida. Para ele, a fome não se reduz somente à comida, mas é também o que motiva as pessoas e as alimenta, “Qual a fome dentro de cada um”, explica. 


Confortável ao se expressar através do pixo, ele comenta que a pixação o escolheu. “De tudo que eu já fiz antes, foi nela que consegui expressar o que sinto”, afirma. Essa manifestação em forma de arte acontece enquanto a vida acontece, e não possui um padrão ou rotina exclusiva para pixar, basta estar com a tinta em mãos, se sentir confortável e seguro para a mágica acontecer. 


Confira alguns registros feitos no bairro Rosa Elze, na cidade de São Cristóvão. 




Fotos e texto: Rossella Cecília

Edição das fotos: Lucas Silva

Supervisão: Tatiane Macena


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